sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sonhos Vagos

E amanhece o dia e tudo recomeça, o sol entrando pela minha varanda, o relógio desperta e eu desejo não acordar, e assim continuo com meus olhos fechados, e vagamente as lembranças de dias bons me vem a mente e fazem ter vontade de levantar da cama. O corpo ainda pesa bastante e as mãos não obedecem meus comandos assim como minhas pernas, e o celular não toca mais pela manhã, nem o vento balança a minha janela.
É triste esperar. E mais triste e frustrante esperar o que não irá mais voltar, e isso doi bem no fundo do peito e junto vem a nostalgia que se mistura com a tontura da fome matinal e não sei mais se vou sobreviver.
O dia corre rápido horários para tudo, sem tempo para nada, e as vezes, raramente, me pego chorando sentada em qualquer lugar, ou com a ansiedade de largar tudo e viver no nada, no vazio, na falta da expectativa, na falta da saudade, na falta de um dia ocioso...
E quando o sol vai tomando o céu com mais intensidade eu lembro os dias e os passeios que me fizeram rir e pular na água sem me preocupar. As vistas da cidade mais lindas que pude acompanhar e o escurecer do dia entre as pedras e as árvores, e tenho a sensação que minha vida mergulha no drama mais uma vez, e que viver é sofrer, e sofrer é sentir a vida e sentir seu fim com a longa espera da morte mas no fundo a pequena mão que a puxa para viver mais e mais.